sábado, 21 de janeiro de 2017

Recusa.


Não, eu recuso.
Como é difícil dizer essas palavras
porque ao dizê-las, não se sabe bem ao certo o que se recusa.
Não, acho melhor não.
Uma advertência?
Uma preferência?
Uma gentileza?
Uma proteção?
O que se perde quando se diz não?
O que se ganha ao negar algo?
Muitas vezes as razões são tão claras que não se titubeia ao dizê-las.
Outras vezes, resta uma incerteza.
Procura-se uma bola de cristal que nos garanta que o que ainda ocorrerá será exatamente o que imaginamos: para o bem ou para o mal.
Recusar um convite.
Quantas coisas estão escondidas neste não…  Tão profundamente escondidas que nem mesmo nós sabemos o que são. Se a ignorância está no presente, como saber do futuro?
Recusa-se também por precaução.
Não consigo deixar de enxergar uma prepotência nesta solução. Há uma certeza em jogo. Os dados estão dados. Onde isso acontece no real?
Na recusa, a esperança perde seu lugar.
Cede-se o bastão ao medo, este poderoso sentimento que é capaz de tudo.
Trago em mim um filete de esperança. Como está por um fio…!