sábado, 9 de agosto de 2008

Aos sem pais.

Eu conheço pessoas com e sem pais.
Uns foram abandonados por eles; outros, tiveram a experiência de perdê-los na vida com a chegada da morte, assim como eu que me despedi definitivamente do meu quando eu tinha 16 anos.
Mas do grupo daqueles que têm pais, conheço um número, não muito pequeno, que na verdade não os têm. São aqueles filhos da geração de pais que achavam que eram paternos à medida que financiavam a alimentação da casa e os estudos dos filhos. Nada mal, principalmente nos dias de hoje, ter um pai que arque com esses gastos de forma competente. Mas não participavam tão intensamente da vida dos filhos, não eram carinhosos, não se importavam com o cotidiano dos seus rebentos. Deste grupo, também conheço muitas pessoas.
Como homem, fico pensando o porquê do fracasso dos pais na educação emocional dos filhos. O que nos ensinaram a ser? Por que ao homem era ensinado a ser desligado destas questões? Por que nos foi reservado ser o vilão da história (o fazedor de guerras, o traidor das donzelas apaixonadas, do competidor implacável por poder...). Por que existem movimentos feministas de proteção e estudo dos direitos das mulheres (forma positiva) e quando se fala de machismo o termo já é, em si, negativo? Será que deve-se isso tudo à testosterona?
Quando vejo um pai andando de bicicleta com o seu filho na praça, jogando futebol, eles rindo e se abraçando, me dá uma saudade do que não tive. Olho com uma curiosidade de pesquisador que tenta descobrir esse comportamento tão incomum.
Para este grupo de sortudos, desejo um ótimo dia dos pais.

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