sábado, 2 de maio de 2009

Mulheres sedutoras.

Uma vez escutei uma frase que não saiu mais da minha cabeça: "Há mulheres que não querem ser amadas, elas querem ser desejadas".
Ao ler um texto da revista Veja, transcrevo aqui parte do que a psicanalista Betty Milan disse sobre isso:

"Ser livre é querer o que a gente pode". De imediato, não entendi.

Recentemente, na coluna semanal que mantenho em Veja.com, respondi a uma leitora cuja história ilustra a frase de Sartre. Apesar de casada, ela não resiste ao ímpeto de seduzir, empenhando-se em conquistar outros homens. Aproxima-se até conseguir. Não faz sexo, só procura despertar o sentimento amoroso. Quer o pretendente aos seus pés.

Como o personagem Don Juan, essa leitora seduz pelo gosto de vencer a resistência e se afirmar. Como ele, não ama ninguém. Amor, só por si mesma. Serve-se dos homens para suscitar a paixão e se sentir vitoriosa. A sua referência é a guerra e o fim que justifica os meios.

Mas ela sofre com o ímpeto a que está sujeita. Sobretudo quando o seduzido se apaixona e quer uma relação que ela não pode sustentar. Conquistar é um imperativo a que obedece cegamente e que não a deixa viver como deseja. Trata-se de um imperativo que a impede de ser livre.

Nos termos de Françoise Sagan, ela não é livre porque quer o que não pode. O austríaco Sigmund Freud, criador da psicanálise, diria que está sujeita a uma compulsão inconsciente, e esta a faz agir como um robô, pois se entrega a uma caçada que não interessa e resulta num contínuo desassossego.

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