sexta-feira, 12 de julho de 2019

Luto


Você se foi.
De súbito o que eu achava ser o fim
Desenterra um nascimento.
Algo, de novo, me consumia por dentro
Recebo a visita de um conhecido sentimento.
A voz vai desaparecendo da memória,
O cheiro está ao relento
As mensagens desaparecem e desce seu nome no celular.
O posto primeiro vai cedendo o lugar.
Luto nos lutos do desalento.
Comigo fica o silêncio.
Um conto, diferente daquele do livro.
Reedito a memória num sem cessar
Tentando recuperar os vestígios do que um dia se chamou par.
Não havia prosas para manter seu nome pronunciável
O tempo seguia, mas você permanecia
Insiste, até hoje, num resto de outro lugar,
marcado, vivo, cuidado.

Nenhum comentário: