domingo, 17 de maio de 2009

Beauvoir e Sartre.

Li na Folha este trecho de uma entrevista com Fernanda Montenegro.

"Em Beauvoir, por trás do discurso emancipacionista e da defesa do amor livre, parece haver traços de romantismo. Digo isso porque, em "Viver sem Tempos Mortos", a personagem comenta a relação com Jean-Paul Sartre desta maneira: "Nossa vida não tinha sentido para além do nosso amor".

Fernanda - Mas será que é romântico? Ela diz uma coisa que eles cumpriram: o amor estava acima das vidas, e nada modificaria isso, nem uma possível separação, nem futuras paixões, nem a guerra. Portanto, não acho que seja uma visão romântica. A não ser que, toda vez que se fale de amor, a gente vá lá e o derrube com esse rótulo. Ela estava falando de um amor acima de futura separação, de futuras paixões e mesmo de uma guerra. E isso eles cumpriram, mesmo sem mais nenhum interesse sexual. Acima da relação sexual. Só se for uma visão romântica à la Schiller, Goethe, lá nos primórdios da conceituaçao do romantismo. "

Quantos no mundo podem ter "a sorte de um amor tranquilo com sabor de fruta mordida", como diz Cazuza?

Eu visitei, um dia, o cemitério de Montparnasse, e logo que entrei, um túmulo me chamou a atenção. Era o de Sartre e de Beauvoir, ali juntamente eternizados como prova de tudo que foi dito anteriormente.

A despeito do que os outros dizem, e com um pedido sincero de desculpas às futuras amantes, eu tenho alguém para dividir meu descanso.



2 comentários:

Lívia Dias disse...

"Vieste me dando alento
Me olhando por dentro
Velando por mim ...

Vieste de olhos fechado
Num dia marcado
Sagrado pra mim ...

Vieste com a cara e a coragem
Com malas, viagens
Pra dentro de mim."

Lívia Dias disse...

aqui...

ambos os olhos estão fechados, tá!

;)

bjooooooo