Local:
restaurante self-service, clientes dividindo mesa em horário de almoço.
Personagens:
uma mulher e sua filha. A mãe do Bernardo. Eu.
-Olha,
vejo que sua filha estuda no Pitágoras. Qual o seu ano?
-Eu
estou no primeiro ano. Mas era para eu estar no segundo. Tomei bomba por quatro
pontos.
-Na
verdade foram por dois. Você acredita que a escola pôs duas professoras
estagiárias para corrigir a prova dela e elas fizeram tudo errado?
-
Mentira! Que coisa, tadinha. Mas vocês reclamaram, não?
-Claro,
mas você sabe as escolas de hoje…
-
Ah! Se sei. Meu filho, Bernardo, estuda lá também, mas é de outro ano. Se
começou para você, começou para ele também. Hoje ele vai chegar em casa só
depois das 18 horas, então. E é como eu digo: hoje para tudo eles dão a
desculpa que seu filho está com déficit de atenção. Para mim, o problema é de déficit
de educação. Os professores hoje não ligam para os alunos, isso é coisa do
passado. Eles só chegam na sala para trazer problemas pessoais. Gastam o tempo
todo da aula contando suas próprias vidas, de BBB… o Bernardo é meu filho, mas
é malandro, eu sei, mas ele tem direito, a vida é dele. Ele faz natação, está
no time do colégio no basquete, no vôlei…mas a escola não ajuda ele. Você
acredita que eles disseram que se ele tivesse cinco médias perdidas, ele teria
que sair dos times? Pode isso? Pois ele tem sete e está lá. Ai, deles… Educação
é coisa do passado. Aí você pode me perguntar o porquê de eu não tirar o
Bernardo de lá, mas TODAS as escolas são iguais.
Aff!
Um comentário:
Triste é como esses absurdos estão se tornando cada vez mais comuns! É fácil ouvir besteirol como esses hoje em dia.
Eu quero ver é que tipo de pessoas e profissionais se formarão.
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